O governo anuncia uma nova faixa no programa Minha Casa Minha Vida para famílias de classe média com renda entre R$ 8 mil e R$ 12 mil, antes não atendidas. A nova proposta oferece juros de aproximadamente 8% ao ano e desconto no financiamento com recursos do pré-sal para aliviar o FGTS. A medida visa atrair a classe média, pouco beneficiada por programas sociais e fortalecer a popularidade do governo em um cenário político desafiador.
"O governo agiu de forma inteligente, sabendo também que o FGTS ele tem um teto de gasto, por isso que é muito importante que haja essa saída de outro fundo, pois a gente vê que no programa Minha Casa Minha Vida faixa 1, 2 e 3, já existe uma demanda muito grande saindo do FGTS, então, com essa nova modalidade, se houvesse também saindo do FGTS, acabaria em algum momento cessando a possibilidade de novos financiamentos", explica o conselheiro do Creci Ceará, Araújo Ataick, especialista em imóveis populares.
O ministro das Cidades, Jader Filho, disse, em entrevista ao Extra, que há previsão de que R$ 30 bilhões dos recursos da Poupança, que atendem ao financiamento da classe média, migrem para outras aplicações. Segundo dados do Ministério das Cidades, no último trimestre de 2024, as Faixas 1, 2 e 3 do MCMV corresponderam a 54% de todos os lançamentos do mercado imobiliário. A medida não tem impacto nas regras fiscais. O objetivo é aliviar a pressão sobre o FGTS e atende a classe média e garante a continuidade do programa. Recursos devem vir do pré-sal. "A nova taxa do Minha Casa, Minha Vida faixa 4 vai para 8%. Enquanto o SBPE na TR tá a 11,45%. Então, com o fundo do pré-sal vai facilitar muito o aumento das vendas desses imóveis, nacionalmente falando, e também vai ajudar a não cessar ou não interromper os financiamentos, tendo em vista que a cada segundo semestre de todo ano existe uma redução na disposição dos créditos imobiliários, tanto no minha casa minha vida quanto também na SBPE", orienta Araújo Ataick.
Publicado por Mirelle Costa em 07 abr 2025